Confira o conteúdo da primeira Coluna IILB na Revista Leite Integral, que marca o início da parceria entre a revista e a Ideagri, através da publicação bimestral da coluna. Cada artigo traz, em primeira mão para os leitores, análises avançadas de diferentes cenários e indicadores, derivados da plataforma IILB. Na edição 122 da Leite Integral, o tema explorado foi a ‘Taxa de sobrevivência de fêmeas até os 12 meses de idade’.
NESTA EDIÇÃO, O ASSUNTO É TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE FÊMEAS ATÉ 12 MESES DE IDADE
A taxa de sobrevivência até os 12 meses avalia quantas fêmeas nascidas na fazenda chegam vivas a um ano de idade, desconsiderando os descartes voluntários. Na 1ª edição do IILB foram consideradas 52.927 fêmeas (janeiro a dezembro de 2018), como pode ser visto na Tabela 2. Para determinar as taxas, as médias foram calculadas com base nos rebanhos, ou seja, cada rebanho, independentemente do tamanho, teve o mesmo peso nas avaliações globais (Tabela 1).
A informação da sobrevivência é um importante recurso para realizar projeções de rebanho e planejamentos financeiros, bem como avaliar a evolução sanitária do plantel, dentre muitas outras aplicações. Vale destacar que a taxa de sobrevivência é uma informação histórica e deve ser trabalhada em conjunto com as taxas de mortalidade por faixas, as quais são informações quantitativas e permitem o acompanhamento mais tempestivo de desvios.
Fazendo uma analogia, a sobrevivência se relaciona com a taxa de mortalidade, assim como o intervalo entre partos (IEP) se relaciona com a taxa de prenhez. A sobrevivência, assim como o IEP, é um índice histórico, já ocorrido, sobre o qual não podemos atuar. Por outro lado, a taxa de mortalidade, assim como a taxa de prenhez, nos permite atuar de forma mais imediata, a partir da percepção de quaisquer desvios. Naturalmente, os índices são relacionados: a sobrevivência será menor, quanto maior for a taxa de mortalidade; o IEP será maior, quanto menor for a taxa de prenhez. No entanto, os índices de mortalidade e prenhez nos permitem atuar de forma preventiva.
Segundo o DCHA Gold Standars, dos EUA, os rebanhos americanos têm como meta uma taxa de sobrevivência até o primeiro parto maior ou igual a 90%. Como nos EUA os rebanhos leiteiros são predominantemente compostos por raças europeias (como Holandesa e Jersey, por exemplo) podemos considerar, como uma referência, que a idade ao primeiro parto seja de 24 meses. Ou seja, a meta de sobrevivência das fêmeas até os 2 anos de idade no EUA é maior do que a média brasileira até 1 ano de idade. Vale destacar que a média das 10% melhores fazendas, pelo primeiro IILB é significativamente melhor do que a média geral do Brasil, o que nos mostra o grande potencial de melhoria deste importante indicador, que tem impacto expressivo na rentabilidade das fazendas.
Com base na análise de todos os dados, extraímos as 10 principais causas, dentre as identificadas, que representam 62% do total de mortes de bezerras nas propriedades participantes do IILB, como pode ser visto na Tabela 3. A leitura do indicador denota grande oportunidade de evolução. Já o conhecimento das principais causas pode ser um diferencial importante para a tomada de decisões inerentes ao manejo das fazendas.