Informações em tempo real: essencial para antecipar ações no campo

Um sistema de produção sustentável se caracteriza por ser economicamente viável, melhorar a qualidade de vida dos produtores e da sociedade como um todo. Pesquisas sobre o assunto apontam que preservar a base dos recursos e a qualidade ambiental andam lado a lado do futuro da agropecuária. 

Um sistema de produção sustentável se caracteriza por ser economicamente viável, melhorar a qualidade de vida dos produtores e da sociedade como um todo. Pesquisas sobre o assunto apontam que preservar a base dos recursos e a qualidade ambiental andam lado a lado do futuro da agropecuária. 

Atualmente, com a tecnologia, são possíveis benefícios que vão desde o índice de vegetação e manejo de pastagens, mapeamento de solo e adubação em taxa variável até a identificação eletrônica de animais e bem-estar animal por sensoriamento eletrônico, termografia infravermelha e sensores.  E é unânime: todos acreditam que o futuro da bovinocultura competitiva e de escala sem essas inovações realmente não é possível.

A princípio, antes de conhecer quatro estações da Embrapa, os participantes assistiram a uma apresentação no auditório que apontou que atualmente 130 técnicos da CATI estão sendo capacitados para a implementação da ILPF no Estado de São Paulo. Segundo os pesquisadores, a ILPF é uma tecnologia responsável por ganhos econômicos e ambientais já que a produção passa a ocorrer de maneira sistemática em uma mesma área. 

Alguns objetivos do dia de campo foram:

– trazer pessoas novas para conhecer a ILPF;
– busca por produtores rurais interessados em entender melhor sobre o tema e quem sabe – em um futuro próximo – aplicar em suas fazendas;
– popularizar os sistemas integrados, levando-os porteira adentro;
– retirada de dúvidas com os pesquisadores que estavam à disposição dos participantes sobre os mais variados temas. 

100 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil! 

Foi divulgado ao público que atualmente há 100 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil e a meta inicial é que haja a recuperação de 35 milhões de hectares, sendo a ILPF um caminho extremamente viável para essa função, afinal, entre as suas principais vantagens estão: 

– recuperação/reforma das pastagens degradadas;
– balanceamento da emissão de GEE (gases do efeito estufa) positivo;  
– recuperação da fertilidade do solo (por exemplo: o pasto se beneficia da fertilidade do solo após os grãos serem colhidos);
– melhora das condições físicas e biológicas do solo; produção de pasto e forragem para alimentação animal na época seca; produção de carne, grãos e madeira (proporcionando uma diversidade de arranjos muito grande); 
– redução das infestações de doenças, pragas e plantas daninhas (a rotação de culturas contribui para isso);
– redução de custos das atividades agrícolas e pecuárias;
– diversificação e estabilização da renda no campo (resiliência aos produtores, pois, se por exemplo, a @ não está com um bom preço no mercado, a propriedade consegue alcançar a rentabilidade estimada por meio da diversificação e venda de outros produtos, como frutas); 
– melhoria da pastagem, fato que, consequentemente, reduz a emissão de metano

Já a Bovitech, que disponibiliza o software de gestão inteligente destinado à pecuária de corte, preconiza um campo no sistema para o  controle do SISBOV (Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos). O SISBOV, controlado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), engloba um conjunto de ações, medidas e procedimentos adotados para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção, a produtividade da pecuária nacional e a segurança dos alimentos, itens que estão no radar da rastreabilidade. 

Ainda sobre gado de corte, são diversas as variáveis que – se bem exploradas – podem ser informações poderosas de gestão, como: taxa de ganho diário (kg/cabeça/dia); ingestão de matéria-seca – IMS (kg/cabeça/dia), eficiência alimentar (kg ganho/kg de IMS); intensidade de emissão (kg CO2-eq/kg de ganho); ingestão de água diária (kg/cabeça/dia); eficiência hídrica (kg de água ingerida/kg de ganho) e dados de comportamento de consumo (taxa de consumo, visitas ao cocho, tempo de consumo, entre outros). 

Para isso, o primeiro passo é a escolha de um sistema que transforme dados em informações para multiplicar a rentabilidade da atividade.

A mentalidade de instituições como a Embrapa rumo a pecuária do futuro já está muito bem definida. O trabalho, agora, é difundir e propagar as vantagens reais disso tudo aos trabalhadores do campo visto que as tecnologias proporcionam inúmeras possibilidades para a categoria. 

Autora do artigo: 

Raquel Maria Cury Rodrigues, Zootecnista e Redatora da Rúmina.

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