A cultura na fazenda em tempos de crise: redução de custos e maior lucratividade

A mastite é uma das doenças que mais causa prejuízos para o produtor de leite. Quando essa doença é manifestada na forma clínica, os principais prejuízos são decorrentes de gastos com medicamentos, perda de produção de leite da vaca e descarte do leite após o tratamento com antibióticos. Já a mastite subclínica, pode reduzir a produção de leite das vacas, diminuir o rendimento para a fabricação de produtos derivados lácteos e diminuir o preço do leite pago ao produtor devido principalmente ao aumento da contagem de células somáticas (CCS) do leite do tanque. Portanto, medidas que visam o controle dessa doença são essenciais para o bom desempenho financeiro das fazendas leiteiras. Dentre as medidas para controle de mastite, uma ferramenta que vem sendo amplamente usada é a cultura na fazenda. Essa ferramenta permite com que os principais agentes causadores de mastite sejam identificados em 24 horas na própria fazenda. Com isso, vários benefícios podem ser gerados visando o tratamento racional dos casos de mastite clínica e controle da mastite subclínica.

Nos casos de mastite clínica, o resultado da cultura microbiológica na fazenda em 24h permite realizar o tratamento seletivo dos casos que realmente demandam antibiótico terapia, e com isso traz os seguintes benefícios: a) redução em cerca de 50% do uso de antibióticos para tratamento de mastite clínica, e consequentemente, o descarte de leite que seria feito após o uso desses antibióticos, b) aumentar a eficiência dos protocolos de tratamento, por conhecer a bactéria que está causando a mastite, c) redução do risco do aumento da resistência bacteriana resultante do uso imprudente de antibióticos.

No caso da mastite subclínica, a cultura microbiológica  na fazenda pode auxiliar em: a) identificar rapidamente as vacas infectadas por bactérias contagiosas, por meio da  cultura do leite de vacas pós-parto ou de vacas com alta CCS, b) avaliar a eficiência da terapia de secagem, c) identificar o perfil etiológico da mastite e os potenciais fatores de risco para as infecções do rebanho, d) identificar vacas para tratamento com antibióticos, e) definição do protocolo de secagem das vacas baseado no resultado da cultura microbiológica e f) identificar vacas com patógenos que não respondem a antibioticoterapia.

Mas será que a ferramenta de cultura na fazenda é viável operacionalmente, financeiramente e acessível a todos? Dados mostram que sim. Em pouco menos de 2 anos, a OnFarm já conta com mais de 520 sistemas instalados em todo o Brasil, 650 fazendas atendidas e 57.000 casos de mastite clínica e subclínica. Hoje é possível adotar um sistema de cultura com zero investimento (em estrutura ou equipamentos) e com valores mensais extremamente acessíveis (a partir de R$ 190,00). Com isso é possível levar a tecnologia para todos, independente do tamanho. Desde fazendas com 20 vacas em lactação, até as maiores fazendas produtoras do Brasil. Quanto aos benefícios, vários projetos de avaliação da tecnologia, apontam para uma relação custo benefício de acima de 1:5, ou seja, a cada R$ 1,00 investido na tecnologia, o retorno é de R$ 5,00.

Se em condições normais já era necessário inovar, em tempos de crise, uma premissa para a sobrevivência.

Referência Bibliográfica:

Fuenzalida, M.J.; Ruegg, P.L. Negatively controlled, randomized clinical trial to evaluate use of intramammary ceftiofur for treatment of nonsevere culture-negative clinical mastitis. Journal of Dairy Science, v. 102, p. 3321-3338, 2019.

Tomazi, T. Perfil etiológico e molecular de patógenos causadores de mastite clínica, uso de antimicrobianos em rebanhos leiteiros. Tese de doutorado, 2017.

Base de dados OnFarm, 2020.

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