Prototheca e Levedura sumiram. Pode isso?

Eduardo Pinheiro
Med Vet – Diretor técnico OnFarm

 

“Recoletei uma vaca infectada por Prototheca e Levedura mas não encontrei esse agente novamente na cultura seguinte, por que?” Essa é uma dúvida que recebemos recentemente de um dos nossos “OnFarmers” e que vale a pena abordarmos aqui. Vamos lá?

Prototheca e Levedura não são tipos de microrganismos classificados como bactérias. A prototheca é uma alga, normalmente presente na água e sendo transmitida através dela. Já a levedura é um fungo, presente no ambiente e geralmente sua transmissão está relacionada com a inoculação inadequada de antibióticos intramamários, ou seja, sem que seja tomado os devidos cuidados relacionados a limpeza dos tetos no momento do pré-tratamento, levando assim o microrganismo para o interior do canal do teto. Desta forma, os antibióticos não conseguem atuar sobre esses agentes (antibióticos foram desenvolvidos para eliminar apenas bactérias). Por esse motivo, não há recomendação de tratamento de mastite (clínica ou subclínica) causada por esses agentes. Desta forma, a recoleta de leite para cultura microbiológica de vacas previamente identificadas como infetadas por Prototheca e Levedura geralmente é recomendada, pois muitas vezes as decisões em casos como estes podem ser mais drásticas, levando a secagem permanente do quarto do animal ou mesmo descarte da vaca infectada quando associado a outros parâmetros que justificam esta ação.

Como as vacas infectadas por esses agentes geralmente não são tratadas, a expectativa do produtor é que quando feita uma nova coleta de leite para cultura dessas vacas, que seja isolado novamente Prototheca e Levedura. Porém, muitas vezes isso não acontece, devido a alguns fatores:

  • Se for coleta composta com leite de mais de um quarto mamário, pode ser que na segunda coleta, foi retirado pouco leite do quarto que estava infectado por Prototheca e Levedura, deixando esse agente em concentração muito baixa na amostra final e dificultando seu isolamento.
  • Existir outro quarto mamário infectado por bactérias em concentração muito elevada. Essa alta concentração de bactérias, pode inibir o crescimento da Prototheca e Levedura.
  • A vaca pode ter se curado sozinha (apesar da taxa de cura espontânea para esses agentes ser baixa), principalmente se for uma vaca infectada por Levedura, que geralmente tem uma taxa de cura espontânea mais alta (pode chegar de a 20 a 30%, principalmente nos animais jovens) que infecções por Prototheca.
  • Interpretação correta do diagnóstico: Na solução OnFarm, há o diagnóstico de Prototheca/Levedura. A interpretação das características destes microrganismos é muito importante, e para auxiliar na interpretação correta, principalmente em diagnósticos como este, a OnFarm disponibiliza um Guia de Operações e Diagnósticos com diversos exemplos de crescimento de Prototheca e de Levedura, bem como uma Central de Atendimento (19) 971441818) disponível 7 dias por semana para tirar dúvidas e confirmar qualquer diagnóstico necessário. Principalmente em resultados tão importantes como o de Prototheca/Levedura, sempre recomendamos que faça confirmação com nosso time de especialistas, para trazer segurança e as melhores decisões para as decisões domadas na fazenda.

 

Apesar do tratamento com antibióticos não eliminar esses agentes, para que uma decisão de descarte seja tomada, é indicado que outros fatores sejam avaliados, como contagem de células somáticas (CCS) e incidência de mastite clínica. Se a vaca não apresenta alta CCS por meses consecutivos ou não apresenta casos de mastite clínica frequentes, talvez o descarte não seja necessário. Além disso, existem variações de Prototheca e Levedura, isso significa que esses agentes podem ser mais ou menos patogênicos de uma fazenda para outra ou mesmo de uma vaca para outra. Não podemos esquecer também que o efeito da vaca (imunidade) e do ambiente afetam o comportamento da infecção, podendo esta ser um motivo ou não de descarte do animal.

Compartilhe:
plugins premium WordPress