A Ideagri e a Fazenda Parousia foram tema de reportagem no Valor Econômico, o mais importante veículo de economia, finanças e negócios do Brasil. Confira a matéria de José Florentino, que aborda as análises realizadas recentemente pelo IILB e mostra que investimentos geram resultados.
A Fazenda Parousia localizada em Palminópolis (GO), passou por mudanças profundas nos últimos oito anos. Após mais de três décadas na atividade em 2013, o proprietário Edilberto Carneiro, hoje com 68 anos, aperfeiçoou a gestão da propriedade e intensificou o sistema produtivo, o que elevou o rendimento em quase 200% de 12,3 mil para 36 mil litros de leite por hectare ao ano – a média nacional é de 1,8 mil litros por hectare. Esse ganho expressivo permitiu a fazenda ampliar seus negócios.
E esse é apenas um dos índices zootécnicos da Parousia que estão acima da média, segundo o estudo da Ideagri, de gestão de propriedades. Entre julho de 2020 e junho de 2021 a empresa recolheu dados de 1188 fazendas de leite, traçou médias nacionais e também as médias do grupo das 100 de maior produção, do qual a Parousia faz parte.
Outro indicador produtivo sobre a nova forma de conduzir o trabalho na Parousia é a taxa de prenhez, que chega a 32% na pequena propriedade, de 95 hectares (15 deles dedicados as áreas de reserva legal e proteção permanente). Segunda Ideagri, a média nacional é de 17,19%. Carneiro se destaca inclusive no grupo com melhor desempenho, no qual a média é de 25,38%.
Goiano de nascimento, o produtor formou-se em administração de empresas, tentou a vida em São Paulo e chegou a trabalhar no governo em Brasília, na área de gestão, até 1988. Porém, segundo ele, um choque de “princípios e valores” em relação ao que encontrou na capital federal o levou a ter uma “conversa séria” com a esposa. Ele queria voltar ao campo para transformar a fazenda comprada em 1983, em um empreendimento do qual seria o sustento da família.
O gado que ocupa os 80 hectares úteis da propriedade de Carneiro é puro sangue holandês, com recria a pasto, devido à topografia acidentada, que dificulta a construção de edificações. As vacas ficam em estábulos, entre o pré-parto e a secagem em sistema de free-stall e cama de areia, conta o pecuarista. Ele ressalta a ideia de que é preciso muita tecnologia para ter bons resultados. “O melhor sistema de manejo é aquele que traz resultados dentro da sua capacidade”, diz.
A diferença entre as médias nacionais e as dos 100 melhores chama atenção, mas a distância pode ser pode ser ainda maior, segundo a COO da Ideagri, Heloise Duarte. Ela lembra que o estudo tem por base propriedades que utilizam os sistemas de gestão da empresa – ou seja, são pecuaristas profissionais que representam apenas uma parte do todo.
Um número importante é a produção média nacional por vaca multípara (que teve três ou mais partos), com base em 305 dias, que chega a 6.874 quilos por ano. Porém, entre os 10% melhores, a média de 8.859 quilos, o que mostra que, mesmo entre aqueles que adotaram os sistemas de gestão, há espaço para melhoria de 28,9%.